sábado, julho 28, 2007


Valendo-me da premissa-jargão do célebre escritor russo, reafirmo: “- Sou um homem ridículo!” Daquele ridículo que se liquefaz nas nossas ações mais corriqueiras. Explico-me. Não concebo o ridículo como algo pernicioso, ele é um bom sujeito com que aprendi a trocar alguns retalhos. Convivo com a atmosfera polivalente da ridicularidade: Tanto sei ser ridicularizado como também tenho domínio do ridicularizar, bem como do auto-ridicularizar. Apesar da malandragem e do sebo nas canelas para me esquivar dos rótulos, nalgum deles, por hora ou outra, acabo me encontrando. Destes possíveis, ostento e defendo algumas (des)adjetivações como um bastião: -Sou um homem vagabundo. Um bom vagabundo. O flaneur. O vagabundo na boa acepção da coisa toda. Aquele que transita, homem-transe, simbi(h)omem-simbiótico, ziguezagueólatra. Aproveito a ventura dos meandros para meu próprio benefício e, invariavelmente, do coletivo nômade que me cerca. Acerca disso gastemos alguma elucubração. Tanto melhor: façamos das reticências as nossas maiores elucubrações (...).